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A liberdade começa pelas mãos

Vó Quita

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Isabel Miranda

Por ela passavam muitos sonhos e desejos de transformação. Ela sabia, em partes, a mulher que queria ser.  Muita coisa já estava ali e ela não conseguia ver. Não conseguia (se) ver. Em partes, ela sabia a mulher que queria ser.

 

Tantas mulheres de sua vida passavam por ela, por dentro dela. Observava os momentos de alegrias e de tristezas e aprendia o que queria ou não trazer como inspiração. Aprendizado. Observava as histórias de amor dessas mulheres e tentava aprender sobre a dor e sobre o amor. Sonhado. Como poderia ser o amor em sua vida? Como poderia ser o amor de sua vida? Até que ponto poderia doer? Até que ponto poderia doar?

Vó Aracy

Aí dia de sábado a gente ia cortar... Não existia... vassoura era de ramo, né. Então a gente ia num pátio que tinha lá. Quatro, cinco moças, trazia aquela braçada de vassoura de alecrim. Chegava em casa para varrer os terreiro e a gente varria estrada, varria tudo. Às vezes , o que a gente ia fazer... Pegava aquelas... Tem uma areia lá no interior que era branquinha ingual açúcar refinado (ainda tem até hoje em argum lugar lá), e a gente pegava aqueles punhadinhos de areia assim e punha assim em volta do terreiro.

Era tempo de gente bobo, mas era bom. Né? 

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Loo Miranda

Então, foram poucas vezes que ele agiu com violência depois que ele ficou doente.

E eu fazia tudo, né.  Depois vocês começaram a trabalhar fora e eu ficava aqui. Tinha que dar banho, dar comida,  e tudo… passou a ter que dar comida na boca, passou a usar fralda, ele não andava e tudo… e eu cuidando e sempre tendo fé.

Então, eu ficava forte na frente de vocês e na frente dele. Mas quando dava a noite eu saia lá pra fora mais eu chorava tanto, mas eu chorava tanto lá fora sozinha. Só pedia a Deus pra não deixar ele morrer e que ele fosse curado. Mas era a noite toda… eu ia lá pra fora chorar. Ficava olhando pro céu e chorando pedindo a Deus pra dar a cura pra ele.

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